Agora que o sol começa a aparecer
Vejo o pé de milho faceiro
A Deus agradecer.
Uma fina neblina se forma
E passa a meio monte encobrir.
O jovem poeta se esbalda
De tanto sorrir.
Quer ele voltar
Para sua meditação
Mas a natureza lhe chama
Para continuar a canção.
Minha visão não se cansa
De o belo admirar,
Uns dizem que são meus olhos
Mas não posso acreditar.
Há ao meu redor um excesso de beleza,
Exagero de perfeição.
Cada detalhe organizado
Milimetricamente pensado.
É como se cada coisa que existe
Encaixasse perfeitamente.
Não entendo como alguém resiste
A admitir que Deus esteja presente.
Os átomos nas folhas
Intensamente põe-se a agitar
Confirmando assim
Que o sol está a brilhar.
Como pode tudo isso
Ser fruto do acaso?
Vejo o fungo no tronco seco da mangueira.
Mas chê! Que baita arraso!
A sica de inteso verde
O pessegueiro a repousar.
Se o céu é melhor que Caraá
Então é lá que quero morar.
Escuto o rio
Faceiro escoando.
Escuto a cachoeira
E o canário-terra cantando.
A laranjeira fazendo sombra
E a parreira a brotar.
A romãzeira observa
A ponkan frutificar.
A grama crescendo rápido
Perto da taipa de pedra
E a taquareira do outro lado.
Como é bela essa serra!
A Deus vou louvando.
Meu chimarrão,
Vou tomando.
Lembrando dos amigos
Ao bom Deus vou celebrando.
E de onde vem
Toda essa inspiração?
Do sangue vertido na cruz
Pra me dar a salvação!
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